AutoNews: Quando Porsche, Bugatti, BYD e até peruas dividem os holofotes

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AutoNews: Quando Porsche, Bugatti, BYD e até peruas dividem os holofotes

AutoNews: Quando Porsche, Bugatti, BYD e até peruas dividem os holofotes

O universo automotivo segue em plena transformação em 2025. Clássicos renascem com nova roupagem, o mercado mostra sinais de cautela, a China avança com força no Brasil, consumidores jovens resgatam modelos quase esquecidos e, no outro extremo, supermáquinas exclusivas surgem com valores astronômicos. Vamos mergulhar nesses destaques que ajudam a entender para onde o setor está indo.

Mercado em expansão, mas com pé no freio

Enquanto projetos exclusivos chamam atenção, o mercado automotivo brasileiro revela um cenário menos otimista. A Anfavea, associação das montadoras, revisou para baixo suas projeções de crescimento em 2025. A expectativa, que antes era de 6,3%, caiu para 5%, número idêntico ao estimado pela Fenabrave, entidade que representa concessionárias.

O principal freio vem do crédito caro: com a taxa Selic em 15% ao ano, financiar um carro se tornou mais pesado para o bolso do consumidor. O resultado disso é uma previsão de 2,765 milhões de veículos emplacados no ano, ainda um número expressivo, mas distante do recorde de 2012, quando o Brasil ultrapassou 3,8 milhões de unidades vendidas.

Apesar da desaceleração, o país segue como sexto maior mercado automotivo do mundo, com chance real de subir ao quinto lugar caso ultrapasse a Alemanha. Para as montadoras instaladas aqui, as exportações permanecem estratégicas, funcionando como um colchão de segurança para manter fábricas ativas e preservar empregos.

A reimaginação de um clássico: o Porsche 911 por Tarso Marques

O ex-piloto de Fórmula 1 Tarso Marques se aventurou além das pistas e dedicou três anos de trabalho intenso para criar o TMC Avalanche, uma releitura ousada do lendário Porsche 911. Foram mais de 10 mil horas envolvidas em cada detalhe, desde a carroceria em fibra de carbono até o acabamento interno sofisticado, com couro alaranjado e tecnologia de iluminação em LED.

Sob o capô, o Avalanche traz um motor aspirado de 4.0 litros, capaz de entregar 500 cv, com câmbio manual de seis marchas, uma combinação que equilibra modernidade e tradição. O exemplar, com apenas 113 km rodados, estreia no leilão da Monterey Car Week, evento referência mundial em carros de coleção. A expectativa é que o modelo atinja cifras milionárias em dólares, colocando a marca TMC no radar dos colecionadores mais exigentes.

“Um meteoro que assusta os dinossauros”: BYD e a força da China

Se o mercado como um todo cresce devagar, um meteoro vem causando um impacto difícil de ignorar: a ascensão da BYD. A montadora chinesa já abocanha 7,16% dos emplacamentos no Brasil. Este é um número expressivo que representa cerca de R$ 13 bilhões em vendas que poderiam ter ido para marcas tradicionais.

Com preços agressivos e forte verticalização, a BYD produz desde baterias até semicondutores, a marca ocupa 41,2% do mercado de eletrificados no Brasil. E quando olhamos apenas os modelos 100% elétricos, o domínio impressiona ainda mais: 76,7% de participação.

A ofensiva chinesa vem pressionando as fabricantes tradicionais a oferecer descontos e rever estratégias para não perder relevância. Especialistas alertam que, das mais de 120 marcas de elétricos existentes na China, apenas uma fração deve sobreviver nos próximos anos. Mas, no caso da BYD, já não há dúvida: ela chegou para ficar e vem mudando a dinâmica de competição em um setor antes dominado por gigantes históricos.

Peruas em alta entre millennials e Geração Z

Em meio ao domínio dos SUVs, um movimento curioso vem chamando atenção: as peruas estão conquistando espaço entre compradores jovens, especialmente millennials e integrantes da Geração Z.

O que explica esse ressurgimento? Parte do apelo está no estilo diferenciado das peruas e no ar nostálgico que remete aos anos 1990 e 2000, quando esses modelos eram sinônimo de viagens em família. Além disso, as peruas oferecem espaço interno generoso sem a altura dos utilitários. Dessa forma, garante uma experiência de condução mais próxima à de um sedã, mas com a versatilidade de um SUV.

Esse renascimento não significa que o segmento vai superar os utilitários, mas mostra que há espaço para nichos onde estilo e identidade falam mais alto do que volume de vendas. Para muitos jovens, ter uma perua é, acima de tudo, uma forma de se diferenciar no trânsito cada vez mais homogêneo.

Exclusividade máxima: o Bugatti Brouillard

No extremo oposto da redescoberta de modelos acessíveis está o Bugatti Brouillard, a mais nova obra-prima da marca francesa. O modelo inaugura o Programme Solitaire, voltado a clientes que não se contentam com luxo, buscam exclusividade absoluta.

Inspirado em um cavalo que foi paixão pessoal de Ettore Bugatti, o Brouillard aposta no design artesanal. A carroceria é feita em fibra de carbono, com teto de vidro fixo e grade frontal em forma de ferradura. O interior também impressiona: tecidos tartan, bordados de cavalos e uma peça de vidro esculpida à mão na alavanca de câmbio. Tudo reforça o conceito de obra de arte sobre rodas.

Debaixo da carroceria, o motor W16 8.0 com quatro turbos entrega 1.600 cv, um número que impressiona mesmo para os padrões da marca. O preço estimado supera R$ 170 milhões, e a produção deve ser limitadíssima, com no máximo duas unidades ao ano. É o tipo de carro que dificilmente será visto em circulação, já que provavelmente ficará guardado em coleções exclusivas ao redor do mundo.

Conclusão

Por fim, o cenário automotivo em 2025 mostra contrastes marcantes: de um Porsche 911 reinventado no Brasil a um Bugatti de mais de R$ 170 milhões, passando por um mercado doméstico que cresce lentamente, a pressão avassaladora da BYD e a surpreendente resistência das peruas. Entre tradição, inovação e exclusividade, a indústria deixa claro que nunca esteve tão diversificada, e que o futuro promete mais transformações a cada curva.